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"Macrobrachium aracamuni"  
Artigo publicado em 02/03/2014  






Camarão de Água Doce - Macrobrachium aracamuni


 

Nome em português: Camarão de água doce, Camarão de rio

Nome em inglês: -
Nome científico: Macrobrachium aracamuni Rodríguez, 1982

Origem: Bacia Amazônica, fronteira Brasil/Venezuela
Tamanho: até 5 cm
Temperatura da água: 24-29° C
pH: ácido

Dureza: baixa
Reprodução
: especializada, todo o ciclo em água doce
Comportamento: sem dados
Dificuldade: sem dados

 

 

Apresentação

            O Macrobrachium aracamuni é uma espécie bem rara de camarão de água doce, inicialmente descrita somente para uma pequena área geográfica na bacia do alto Rio Orinoco (Venezuela), e em 2008 encontrada também no Brasil.

Etimologia: Macrobrachium vem do grego makros (longo, grande) e brakhion (braço); seu nome específico vem do local onde foi coletado o espécime-tipo, Cerro (Serra) Aracamuni, Venezuela.





Biótopo do Macrobrachium aracamuni, riachos e cachoeiras em São Gabriel da Cachoeira (AM). Fotos da equipe do Wirbellosen-Auktionshaus.




Distribuição geográfica de Macrobrachium aracamuni. Imagem original Google Maps; dados de Rodríguez G 1982, Mantelatto FL et al. 2008 e  Pereira G et al. 2006.



Origem

            Até há pouco tempo este camarão só era conhecido na bacia do alto Rio Orinoco (Venezuela), em 2008 foi descrito também na bacia do alto Rio Negro, estado do Amazonas, em São Gabriel da Cachoeira, Serra do Mergulhão, próximo da fronteira com a Venezuela. Apesar da proximidade, é um fato interessante, porque caracteriza um padrão distribucional “trans-bacia”.
            São habitats de águas bastante ácidas e moles, rios e igarapés com bastante serrapilharia depositada.


 







Macrobrachium aracamuni, fotos da equipe do Wirbellosen-Auktionshaus.


 

Aparência

 

São camarões de pequeno/médio porte, o comprimento da carapaça é de até 1,9 cm (comprimento total de cerca de 5 cm). Embora pequenos, possuem garras proeminentes, sugerindo agressividade.

Coloração acastanhada escura. Carapaça e quelas lisas, sem espinulações.

Pode ser identificado com relativa facilidade, pelo aspecto do rostro, carapaça lisa e proporção dos segmentos do quelípodo.

Rostro: Relativamente curto, não atinge o final do pedúnculo antenular. Reto e moderadamente alto, e com a extremidade ligeiramente curvada para cima. Margem superior com 7~10 dentes, os primeiros 2 ou 3 antes da órbita. Margem inferior com 2~3 dentes.

Quelípodos dos machos: Grandes e fortes, lisos, iguais na forma e desiguais no tamanho. Dedos com cerca de 0.7~0.8x o comprimento da palma. Carpo com 0.7x a palma e 1.5x o mero. Dedos da quela com um dente maior na metade da face cortante.

 

 

Parâmetros de Água

 

Nativo da Bacia Amazônica, se desenvolve melhor em temperaturas mais altas, águas moles e ácidas.

 



Macrobrachium aracamuni, fotos da equipe do Wirbellosen-Auktionshaus.


Dimorfismo Sexual

 

As fêmeas tendem a ser menores, com garras também menores. Fêmeas possuem pleuras abdominais arqueadas e alongadas, formando uma câmara de incubação. Também podem ser diferenciados pela análise dos órgãos sexuais, mas isto é bem difícil em animais vivos.


Reprodução

Não há dados sobre a reprodução. Sabe-se somente que a espécie tem reprodução abreviada, algumas fêmeas coletadas carregavam ovos grandes (1,6 ~2,8 mm) em pequeno número, até 20 ovos.

Assim como as demais espécies da região, provavelmente apresentam um pico de desova em janeiro e fevereiro, coincidindo com a maior pluviosidade na região amazônica.

A fêmea passa por uma muda pré-acasalamento, e logo após o macho deposita seu espermatóforo. Após a ecdise, a fêmea libera os ovos, que são fertilizados e se alojam nos pleópodes.




Macrobrachium aracamuni junto a outros Macrobrachium coletados para serem fotografados pela equipe do Wirbellosen-Auktionshaus. Na segunda foto pode ser visto também um Copella sp..

 

 

Comportamento

 

Muito provavelmente agressivo, baseado na morfologia e dimensão das suas garras. Provavelmente não pode ser mantido com peixes ou outros animais. Tornam-se vulneráveis após a ecdise, enquanto seu exoesqueleto ainda não está totalmente solidificado.

Assim como os demais Macrobrachium agressivos, possivelmente os camarões juvenis são menos agressivos, porém, com seu crescimento, deve-se acentuar sua agressividade e seu comportamento canibal. Populações adultas mantidas juntas por muito tempo se devoram progressivamente, ou indivíduos dominantes se alimentando dos menores, ou animais (mesmo grandes) sendo devorados após a muda.

 

Alimentação

 

Não há dados, possivelmente são onívoros e pouco seletivos.

 

 

 

Bibliografia:

  • Mantelatto FL, Pillegi LG, Suárez H, Magalhães C. First record and extension of the known distribution of the inland prawn, Macrobrachium aracamuni Rodríguez, 1982 (Decapoda, Palaemonidae) in Brazil. 2008. Crustaceana, 81(2): 241-246.
  • Rodríguez G. Fresh-water shrimps (Crustacea, Decapoda, Natantia) of the Orinoco basin and the Venezuelan Guyana. 1982. Journal of Crustacean Biology, 2 (3): 378-391.
  • Pereira G, García JV. Comunidad de crustáceos de la confluencia de los ríos Orinoco y Ventuari, Estado Amazonas, Venezuela. pp. 107-113. Em: Lasso CA, Señarìs JC, Alonso LE, Flores A. (eds.). Evaluación Rápida de la Biodiversidad de los Ecosistemas Acuáticos en la Confluencia de los ríos Orinoco y Ventuari, Estado Amazonas (Venezuela). Boletín RAP de Evaluación Biológica 30. Conservation International. Washington DC, USA. 2006.

Agradecimentos à equipe do Wirbellosen-Auktionshaus (visite seu website  aqui , e seu Blog  aqui ) pela cessão das fotos para o artigo. 
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