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"Pseudopalaemon nigramnis"  
Artigo publicado em 16/07/2021, última edição em 31/07/2021  

Nome em portuguêsCamarão-fantasma.

Nome em inglês: -
Nome científicoPseudopalaemon nigramnis Kensley & Walker, 1982

Origem: Norte da América do Sul, Bacia Amazônica e Orinoco
Tamanho: fêmeas com até 2,6 cm
Temperatura da água: 28-30° C
pH: 6.0-7.5
Dureza: mole a intermediária

Reprodução: abreviada, todo o ciclo em água doce
Comportamento: pacífico
Dificuldade: fácil

 

 

Apresentação

        O gênero Pseudopalaemon é endêmico da América do Sul, está representado no Brasil por cinco pequenas espécies com aspecto de “camarão-fantasma”, quatro delas encontradas na bacia amazônica, e a quinta no sul do Brasil. Pseudopalaemon nigramnis é uma das espécies amazônicas, é raramente visto no hobby, embora tenha potencial como espécie ornamental.

            Etimologia: Pseudo vem do grego pseudes, “falso”; Palaemon é outro gênero de pequenos camarões transparentes, de águas doces, salobras e salgadas. E nigramnis tem origem no latim, de niger (preto) e amnis (rio), em referência ao Rio Negro.






Distribuição geográfica de Pseudopalaemon nigramnis. Imagem original Google Maps; dados de Melo GAS 2003 e demais referências.



Origem


            Esta espécie de camarão tem distribuição suposta ampla, sendo encontrada na Bacia Amazônica e do Orinoco, no Brasil e Colombia. Desta forma, é categorizada como Menos Preocupante (LC) pela avaliação da IUCN.

Porém, as coletas e exemplares em museus são bastante escassos, há somente os exemplares juvenis descritos no artigo original da espécie, coletadas no Rio Marauiá, tributário do Rio Negro (Amazonas, Brasil), e um relato recente de encontro no Rio Bita (Puerto Carreño, Vichada, Colombia).








 


 



Aparência

            Exemplares vivos são semi-transparentes, com tênues pontilhados de cromatóforos negros e avermelhados. Medem até 2,6 cm.

         Como todo Pseudopalaemon, o padrão de espinhos da carapaça é idêntico ao dos Macrobrachium, possuindo o espinho antenal e hepático, mas não o espinho branquiostegal. A diferenciação com o Macrobrachium é feita pelo aspecto das mandíbulas, o Pseudopalaemon não possui palpo, enquanto que o Macrobrachium possui um palpo tri-articulado.

Rostro: mais longo do que a carapaça, com discreta crista sobre a órbita, extremidade discretamente curvada para cima. Margem superior com 7~10 dentes, terço ou quarto apical sem dentes, um dente pós-orbital. Margem inferior com 2 a 3 dentes.

Quelípodos: um pouco robustos e lisos, dedos da quela fechados em quase todo o seu comprimento. Carpo e mero de tamanho similar, dedos mais curtos do que a palma.

Olhos com córnea achatada. Pleura do quarto somito abdominal ventrodistalmente arredondada, e a do quinto quase retangular; quinto somito metade do sexto.







Pseudopalaemon nigramnis, coletados no Rio Bita, em Vichada, Colombia. Fotos cortesia de Jorge Enrique García-Melo.






Parâmetros de Água

 

Amazônicos, são mais numerosos em ambientes de águas negras, com pH ácido e dureza baixa. Na Colombia, foram encontrados também em ambientes de pH mais elevado. Há alguns parâmetros dos locais de coleta do Rio Bita, com pH entre 5.9 e 8.0, condutividade entre 4 e 12 μs/cm e temperatura entre 28 e 30ºC.



Dimorfismo Sexual

 

Fêmeas são um pouco maiores que os machos, possuem pleuras abdominais arqueadas e alongadas, formando uma câmara de incubação. Também podem ser diferenciados pela análise dos órgãos sexuais, mas isto é bem difícil em animais vivos.




Reprodução

P. nigramnis é uma espécie com reprodução especializada, gerando ovos grandes e pouco numerosos. Não há dados sobre o número ou dimensões dos ovos. Assim como os demais palemonídeos, a fêmea passa por uma muda pré-acasalamento, e logo após o macho deposita seu espermatóforo. Após algumas horas a fêmea libera os ovos, que são fertilizados e se alojam nos pleópodes. Também não há informações sobre a duração do período larval.



Pseudopalaemon nigramnis, coletados no Rio Bita, em Vichada, Colombia. Foto cortesia de Jorge Enrique García-Melo.




Comportamento

 

Não há relatos de criação em cativeiro ou aquários ornamentais, supostamente são animais bastante dóceis, que podem ser mantidos com outros peixes e invertebrados, desde que estes sejam pacíficos. 

 



Alimentação

 

Supõe-se que sejam onívoros, porém, não há dados em literatura.

 

 

 

 

Bibliografia: 

  • Melo GAS. Manual de Identificação dos Crustacea Decapoda de água doce do Brasil. São Paulo: Editora Loyola, 2003.
  • Kensley B, Walker I. Palaemonid shrimps from the Amazon basin, Brazil (Crustacea: Decapoda: Natantia)Smithsonian Contributions to Zoology, 1982, 362, 1-36.
  • Magalhães C, Pereira G. Assessment of the decapod crustacean diversity in the Guayana Shield region aiming at conservation decisions. Biota Neotrop. 2007; 7(2).
  • Acevedo ALasso CA. 2017. Primer registro de cuatro especies de camarones de agua dulce (Palaemonidae) para Colombia. Biota Colombiana 18 (1): 206-216.
  • Acevedo A, Lasso CA, Morales-Betancourt MA. 2017. Crustáceos. Pp. 105-119. En: Trujillo, F. y C.A. Lasso (Eds.). IV. Biodiversidad del río Bita, Vichada, Colombia. Serie Editorial Fauna Silvestre Neotropical. Instituto de Investigación de Recursos Biológicos Alexander von Humboldt (IAvH). Bogotá, D.C., Colombia.
  • Magalhães CU, Malta JCO, Robertson B, Varella A. (1988). A catalogue of type specimens of Crustacea in the Invertebrate Collection of the Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, Brazil, up to January, 1988. Amazoniana: Limnologia et Oecologia Regionalis Systematis Fluminis Amazonas, 10(3), 267-282.
  • De Grave, S. 2013. Pseudopalaemon nigramnis. The IUCN Red List of Threatened Species 2013: e.T197938A2505869. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2013-1.RLTS.T197938A2505869.en. Downloaded on 16 July 2021.



Agradecimentos especiais ao biólogo colombiano Prof. Jorge Enrique García-Melo (Universidad de Ibagué, Universidad del Tolima, veja seu website  aqui ) que nos cedeu gentilmente o uso das suas fotos para o artigo.
 
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