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"Poppiana bulbifer"  
Artigo publicado em 25/01/2014, última edição em 06/01/2024  

Poppiana bulbifer
, fotografado no parque nacional Manu, em Madre de Dios, Peru. Foto de Erik Schlogl.


Caranguejo de Água Doce – Poppiana bulbifer

 

 

Nome em português: Caranguejo de água doce, Caranguejo de rio.
Nome em inglês: -
Nome científico: Poppiana bulbifer (Rodríguez, 1992)

Origem: Peru e Amazonas
Tamanho: carapaça com largura de 3 cm
Temperatura: 25-34° C
pH: ácido

Dureza: mole
Reprodução
: especializada, todo ciclo de vida em água doce
Comportamento: sem dados
Dificuldade: sem dados

 

 

Apresentação

 

O Poppiana bulbifer é uma espécie de caranguejo tricodactilídeo descrita recentemente (1992), com ocorrência no Peru (próximo ao Acre) e Amazonas. Existem somente poucos relatos de coletas, no Brasil só há um único registro, assim as informações são bastante escassas. Assim como os demais tricodactilídeos, são animais totalmente aquáticos, e de hábitos noturnos.

Etimologia: Poppiana é uma homenagem ao Dr. Egon Popp, na ocasião, chefe da Coleção Zoológica do estado da Baviera, em Munique (Alemanha). E bulbifer vem do latim bulbus (bulbo) e fero (eu carrego, possuo), uma menção ao conspícuo lobo apical do gonópodo.


Origem


            O caranguejo Poppiana bulbifer é um tricodactilídeo descrito em 1992 (na ocasião identificado como Dilocarcinus), a partir de alguns exemplares peruanos. Possui poucos relatos de coletas, todos na Bacia Amazônica, no Rio Manú (Madre de Dios, Peru, próximo da fronteira com o AC), e somente dois exemplares (um casal) no Brasil, no Lago Capitari, baixo Rio Madeira (AM). Sem informações sobre os habitats ocupados por esta espécie.


 


Distribuição geográfica de Poppiana bulbifer. Imagem original Google Maps; dados de Magalhães C. In: Melo GAS. 2003.


Aparência

 

Cefalotórax de altura média, arredondado. Olhos pequenos, antenas curtas. Grandes quelípodos, assimétricos nos machos. Pernas dispostas lateralmente. Médio porte, carapaça mede até 2,9 cm de largura.

Existem duas famílias de caranguejos de água doce no Brasil: Trichodactylidae e Pseudothelphusidae. Os primeiros podem identificados por dois detalhes: dáctilos com pêlos (ao invés de espinhos, daí seu nome), e segundo maxilópode.

Poppiana pode ser identificado pelo padrão de fusão dos somitos abdominais (III-VI coalescentes), detalhes do gonópodo, e presença de muitos dentes na carapaça. O P. bulbifer possui margem frontal bilobada e lisa, margem ântero-lateral da carapaça com 6-7 dentes delgados e acuminados. O gonópodo é típico, com proeminência bulbar subapical (daí seu nome).






Poppiana bulbifer, fotografado em Tahuamanu, Madre de Dios, Peru. Fotos de Douglas Silva Menezes.


Parâmetros de Água

 

Nativo da Bacia Amazônica, habita locais com temperaturas mais altas, águas moles e ácidas.

 

Dimorfismo Sexual

 

Como todo caranguejo, pode ser feita facilmente através da análise do abdômen, o macho possui abdômen estreito, e a fêmea, abdômen largo, onde fixa seus ovos. Machos adultos também possuem garras maiores e mais robustas, uma delas mais desenvolvida (heteroquelia).


Reprodução

Todo seu ciclo de vida se dá em água doce. Acredita-se que tenham um padrão semelhante a outros tricadactilídeos próximos, produzindo poucos ovos de grandes dimensões, e apresentando desenvolvimento pós-embrionário direto, onde as fases larvais completam-se ainda dentro do ovo. Assim, na eclosão são liberados indivíduos já com características semelhantes ao adulto.

 


Poppiana bulbifer, fotografado em Manu, Madre de Dios, Peru. Foto de simben.



Comportamento

 

Não há dados, sabe-se que são animais totalmente aquáticos, não necessitando vir à superfície para respirar. Como os demais crustáceos, tornam-se vulneráveis após a ecdise, e podem ser predados por outros animais. Por este motivo, possivelmente nesta época permanecem entocados, até a solidificação completa da carapaça.

 

Alimentação

 

Não há dados, mas acredita-se que sejam onívoros, como as demais espécies próximas, pouco exigentes em termos de alimentação.

 

 

 

Bibliografia:

  • Magalhães C. Famílias Pseudothelphusidae e Trichodactylidae. In: Melo GAS. Manual de Identificação dos Crustacea Decapoda de água doce do Brasil. São Paulo: Editora Loyola, 2003.
  • Rodríguez G. The Freshwater Crabs of America: Family Trichodactylidae and Supplement to the Family Pseudothelphusidae. Paris, Editions ORSTOM, 189p. 1992 (Collection Faune Tropicale 31).
  • Magalhães C, Türkay M. (2008) Taxonomy of the Neotropical freshwater crab family Trichodactylidae, IV. The genera Dilocarcinus and Poppiana (Crustacea, Decapoda, Trichodactylidae). Senckenbergiana biologica 88(2): 185–215.
  • Bott R. (1969) Die Süßwasserkrabben Süd-Amerikas und ihre Stammesgeschichte. Eine Revision der Trichodactylidae und der Pseudothelphusidae östlich der Anden (Crustacea, Decapoda). Abhandlungen der Senckenbergischen Naturforschenden Gesellschaft 518: 1–94.
  • Cumberlidge, N. 2008. Poppiana bulbifer. In: IUCN 2013. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2013.2. Downloaded on 25 January 2014.



Agradecimentos aos colegas fotógrafos do iNaturalist Erik Schlogl, simben e Douglas Silva Menezes pelo uso do material fotográfico. Todas estão licenciadas como Licença Creative Commons.
 
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