Égla
– Aegla platensis e Aegla singularis
Nome
em português: Égla, Pancora, Caranguejo de Rio, Tatuí
de água doce, Scrabei
Nome em inglês: -
Nome científico: Aegla platensis Schmitt, 1942, Aegla singularis Ringuelet 1948
Origem:
Brasil (SC, RS), Argentina, Paraguai e Uruguai
Tamanho:
carapaça com comprimento de até 4,6 cm (A. platensis) e 2,0 cm (A. singularis)
Temperatura: 13-22° C
pH: neutro/alcalino
Dureza: média
Reprodução: especializada,
todo ciclo de vida em água doce
Comportamento: pacífico
Dificuldade: média
Apresentação
Apesar de serem muitas vezes
referidos como “caranguejos”, na realidade estes crustáceos pertencem a outra
infra-ordem, Anomura, a mesma dos caranguejos-ermitões. A família Aeglidae possui somente um gênero
atual, Aegla, exclusivo de ambientes dulcícolas da região sul da
América do Sul, com próximo de 60 espécies
brasileiras descritas (muitas foram descritas bastante recentemente, veja a lista completa e atualizada de espécies neste link ). São os únicos anomuros encontrados em água doce, exceto por uma
única espécie de ermitão dulcícola de uma ilha do pacífico.
Não são muito populares no
Brasil como animais de aquário, mas em outros países são criados há algum tempo
com sucesso. Em especial, o A. platensis
é uma das espécies mais disponíveis no mercado internacional, criadas nos
respectivos países já há algum tempo, ou exportadas da Argentina. Curiosamente,
na Argentina é mais comum se encontrar à venda outra espécie, o A. uruguayana.
Embora seja a espécie de Aegla com distribuição mais ampla conhecida, estudos moleculares recentes (2018) usando três marcadores nucleares e mitocondriais (16S, ANT e COI) demonstram tratar-se de uma única espécie com origem monofilética. Foi vista uma proximidade genética inclusive entre populações geograficamente distantes, brasileiras e argentinas. Na realidade, detectou-se duas populações com maior diferença genética, sugerindo-se espécies crípticas (bacia do Rio Guaíba e Rio Potiribu), mas todo o restante das populações de Aegla platensis mostraram uma grande homogeneidade genética. Este mesmo trabalho mostrou uma similaridade genética entre esta espécie e o Aegla singularis, sugerindo tratar-se da mesma espécie.
Etimologia: Aegla vem da deusa mítica grega Aegle,
uma das três Hespérides, donas do jardim dos pomos de ouro, situado no extremo
ocidental do mundo. Ainda, platensis significa
nativo do Rio La Plata (Rio da Prata), e singularis tem origem no latim, significando "único do seu tipo".
Aegla platensis, fotografado em Santa Cruz, RS. Fotos de Artur L. J. Berger.
Origem
Églas são crustáceos com
distribuição restrita à porção sul da América do Sul, vivendo em ambientes
dulcícolas das regiões temperadas do continente, o que
explica sua baixa tolerância ao calor. Vivem em riachos límpidos de leito
rochoso, geralmente montanhosos, alguns também em lagoas e represas.
O Aegla platensis é a espécie do gênero com distribuição mais ampla, sendo encontrado no Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai. No nosso país, ocorre no sudoeste de Santa
Catarina e no Rio Grande do Sul, exceto ao nordeste. No Brasil habitam a bacia do Rio Uruguay (Rios Parizinho, Passarinhos, Chapecó, Guaraim, Moinho, Ibicuí, Ijuí, Passo Fundo, Piratini, Quarai, Santa Maria, Turvo-Santa Rosa-Santo Cristo, Várzea, Jacutinga) e sistema Atlântico Sul (Rios baixo Jacuí, Caí, Sinos, Camaquã, Gravataí, Mirim-São Gonçalo, Sinos, Butuí-Icamaquã, além do Lago Guaíba).
Aegla singularis é uma espécie descrita originalmente na província de Misiones, Argentina, também habitando a bacia do Rio Uruguay, relativamente comum dentro da província. Posteriormente foi encontrado também no RS, e depois em SC, sempre próximo da fronteira argentina. Recentemente registrado também no norte do Uruguai, e em localidades mais ao sul na Argentina (Entre Ríos).
Distribuição geográfica de Aegla platensis. Imagem
original Google Maps; dados de Bond-Buckup
G. In: Melo GAS. 2003.
Aegla platensis, fêmea fotografada em Caçapava do Sul, RS. Foto de Lúcia Safi.
Aparência
Lembra
bastante um caranguejo, com cefalotórax achatado, pernas dispostas lateralmente
e primeiro par na forma de grandes garras (quelípodos). Entretanto, numa
análise mais cuidadosa, destacam-se antenas finas e bastante longas, e abdômen
relativamente desenvolvido, parecendo um lagostim com a cauda dobrada. O
próprio cefalotórax é oval, novamente lembrando um lagostim achatado. Numa
visão superior, só são visíveis três pares de pernas ambulatórias (ao invés dos
quatro pares dos caranguejos), já que o último par é atrofiado, fica oculto sob
o abdômen e não possui função locomotora. Coloração variada, geralmente de cor
marrom-escura avermelhada, mas alguns animais possuindo tons azulados.
A. platensis é um Aegla avantajado, maior que outras espécies. Exemplares juvenis e fêmeas têm a palma pouco desenvolvida, uma variação por idade mais acentuada do que em outras espécies. A. singularis é menor, com mais dentes e espinhos, tanto na carapaça quanto quelas e pernas ambulatórias.
- Rostro muito longo no A. platensis, comprimento médio em A. singularis, ambos tendendo a estiliforme, elevado, reto, carenado em todo seu comprimento
- Espinho ântero-lateral da carapaça alcançando a metade da córnea
- Lobos protogástricos moderadamente elevados
- Carapaça moderadamente achatada, regiões branquiais expandidas
- Ângulo látero-dorsal da segunda pleura com espinho.
- Crista palmar retangular, pouco desenvolvida no A. platensis, e com lobos e espinhos no A. singularis
- Dedo móvel do quelípodo com lobo com tubérculo (espinho robusto em A. singularis)
- Em A. singularis, ângulo ântero-lateral do carpo do quelípodo agudo e projetado por um espinho voltado para a articulação carpo-palmar
- Margem interna da face ventral do ísquio lisa no A. platensis, e com um espinho distal e até dois tubérculos mediais em A. singularis (esta é a principal forma de diferenciar as duas espécies pelas chaves).
- Em A. singularis, margem dorsal do mero do segundo pereiópodo com tubérculos e tubérculos escamiformes
Aegla platensis, fotografada em Fighiera, Santa Fé, Argentina. Fotos de Hernán Chinellato.
Parâmetros
de Água
Habitam
ambientes bastante estáveis, estes animais são bem sensíveis a variações e condições
inadequadas de água. Por este motivo, muitas vezes são usadas por pesquisadores
como bioindicadores. Alguns trabalhos mostram que está espécie é mais sensível
do que outros Aeglas, não sendo
encontrado em locais com graus variáveis de urbanização, ao contrário do A. singularis.
Um aspecto
bastante importante é sua sensibilidade a altas temperaturas, uma causa comum
de insucesso na sua manutenção em cativeiro. A temperatura ideal é de 13~22º C,
medida em Taquara, RS. Em criações de laboratório, a temperatura sugerida é de
16 a 19º C.
Por viverem
em água corrente e fria, demandam também alta taxa de oxigenação, sugerindo-se
superdimensionar a filtragem e circulação de água no tanque. É mais comum em
águas neutras a alcalinas (7.0 a 8.0), dureza média. Como os demais crustáceos,
são bem sensíveis a compostos nitrogenados, assim como a metais.
Aegla singularis, fotografado no Arroyo Perucho Verne, Colón, Entre Ríos, Argentina. Fotos cortesia de Nacho Barragan.
Aegla singularis, fotografado em Gualeguaychú, Entre Ríos, Argentina. Fotos cortesia de Agustina Collazo.
Dimorfismo Sexual
Bem demarcado, machos são maiores
e possuem garras mais robustas e assimétricas (heteroquelia). Fêmeas possuem abdômen mais largo, e pleópodes mais
desenvolvidos. Fêmeas possuem gonoporos (orifícios genitais) na base do
terceiro par de pernas. Ovários maduros podem ser vistos na fêmea, através da
região ventral abdominal da fêmea, por transparência.
Aegla platensis, o mesmo animal da primeira foto do artigo, disponível no hobby alemão. Fotos de Andy (PlanetInverts).
Reprodução
Podem ser reproduzidos em
aquário, com facilidade. Alguns pesquisadores até sugerem o uso desta espécie
como modelo experimental. Sabe-se que o período reprodutivo dos Églas varia de
acordo com a distribuição geográfica, sendo mais ampla quanto mais austral for
a distribuição. O A. platensis é um
exemplo extremo, uma das poucas espécies de Égla que tem uma reprodução
contínua ao longo do ano. Em cativeiro, se bem alimentados, podem ter até três
posturas anuais. A reprodução desta espécie já foi bem estudada em laboratório.
Machos usam suas grandes quelas para
combates e disputas de fêmeas, assim como para a manipulação das fêmeas durante
o acasalamento. A cópula é precedida por uma exibição do macho, quelas abertas
e erguidas, movimentos vibratórios, abanar a cauda e elevação do corpo. A
exibição é feita de forma indiscriminada, para todas as fêmeas (inclusive
imaturas), mas somente as fêmeas receptivas permitem a cópula, comunicando-se
com toques da antena.
A cópula ocorre com o casal se
posicionando ventre-a-ventre, mas o fato curioso é que é o macho que se
posiciona abaixo, deitando-se com o ventre para cima, e colocando a fêmea acima
dele. Ao contrário de muitos outros crustáceos, a cópula não ocorre após a
ecdise da fêmea.
A fêmea produz entre 50 e 100 ovos esféricos,
sendo que o macho protege a fêmea durante a ovoposição. Os ovos eclodem em 3
meses, passando de uma coloração laranja para marrom pouco antes da eclosão. Nesta
fase final os caranguejos juvenis já são visíveis dentro do ovo, com seus
grandes olhos escuros.
Produzem
poucos ovos de grandes dimensões, apresentam desenvolvimento pós-embrionário
direto, onde as fases larvais completam-se ainda dentro do ovo. Na eclosão são
liberados indivíduos já com características semelhantes ao adulto. Églas apresentam
o que se chama de Eclosão Assincrônica, ou seja, ovos de uma mesma ninhada
eclodem de forma não-sincronizada. Por
este motivo, as fêmeas carregam ovos em diferentes
estágios de desenvolvimento, juntamente com juvenis.
Por um período de 3 a 4 dias, os jovens são
protegidos e carregados pelas fêmeas sob o abdome, caracterizando cuidado
parental estendido. No primeiro dia, os filhotes ficam abrigados sob o abdômen
da fêmea. Nos dias subseqüentes, eles caminham sobre o corpo da mãe, mas
retornam rapidamente à região ventral a qualquer sinal de perigo. Os filhotes
não realizam ecdises durante este período. Diferente dos lagostins com cuidado
parental, estes filhotes não têm nenhuma estrutura anatômica especializada para
se fixarem no corpo da mãe. Atingem a maturidade sexual aos 10 mm de
comprimento de carapaça.
Fêmea ovada de Aegla platensis,
mostrando a variação na cor dos ovos ao longo do seu desenvolvimento.
Na primeira imagem, ovos em etapas iniciais, e na segunda, ovos no
final do seu desenvolvimento. Fotos de Andy (PlanetInverts).
Filhotes de Aegla platensis
nascidos em cativeiro, a moeda como referência de tamanho é de Um Euro (Alemão), com 23,25 mm de diâmetro. Foto de Andy (PlanetInverts).
Comportamento
São animais totalmente aquáticos, devem
ser criados em aquários, não necessitando de uma porção emersa.
Apesar das grandes garras, não são
animais agressivos, podendo ser mantidos com peixes ou com outros Églas,
independente do sexo. Como já mencionado, estes animais apresentam um forte
comportamento gregário. Também não predam seus filhotes. Alguns aquaristas
relatam sucesso inclusive na manutenção junto a Neocaridinas. Há descrições
somente de se alimentarem de pequenos caramujos.
Por serem pequenos e pacíficos, podem
ser mantidos em tanques pequenos, lembrando somente da requisição de alta taxa
de oxigenação. A partir de 25
litros podem ser mantidos de 3 a 4 exemplares.
Hábitos noturnos, passando o dia entocado, saindo à noite
para se alimentar. Escavam o substrato, podendo desenterrar plantas e expor a
camada fértil. Como os demais crustáceos, tornam-se vulneráveis após a ecdise, e podem ser predados por outros
animais. Por este motivo, nesta época permanecem entocados, até a solidificação
completa da carapaça. Sua longevidade é de cerca de 3 anos na natureza.
Aegla platensis em aquário, fotos de Artur L. J. Berger.
Alimentação
Não é exigente quanto à alimentação.
Nos seus habitats são onívoros, se alimentando principalmente de detritos,
micro-organismos, algas diátomas e material orgânico vegetal em decomposição. Alguns
estudos sugerem uma preferência alimentar carnívora. Em cativeiro aceitam bem
ração em flocos, assim como vegetais e proteína animal. Criações experimentais
de laboratório usam ração para gatos na alimentação. Estes animais são
importantes como predadores de larvas de mosquito-borrachudo na natureza.
Aegla platensis / singularis em aquário, fotos de Brian Ma.
Imagem em close de Aegla platensis, note o rostro longo e estiliforme. Foto de Brian Ma.
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Agradecimentos aos colegas aquaristas Artur L. J. Berger, Hernán Chinellato (Argentina), Agustina Collazo (Argentina, iNaturalist), Nacho Barragan (Argentina, iNaturalist) e Brian Ma (Canadá), além da fotógrafa Lúcia Safi pela cessão das fotos para o artigo, e valiosas informações.
As fotografias de Agustina Collazo e Nacho Barragan (iNaturalist) estão licenciadas sob uma Licença Creative Commons .
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