Caranguejo
de Água Doce – Goyazana rotundicauda
Nome
em português: Caranguejo de água doce, Caranguejo de rio, Caranguejo-do-igarapé.
Nome em inglês: -
Nome científico: Goyazana rotundicauda Magalhães & Türkay, 1996
Origem:
Noroeste da América do Sul
Tamanho: carapaça com largura de 2,7 cm
Temperatura: 25-34° C
pH: ácido
Dureza: mole
Reprodução: especializada,
todo ciclo de vida em água doce
Comportamento: agressivo
Dificuldade: fácil
Apresentação
Goyazana rotundicauda é uma espécie de caranguejo dulcícola com
distribuição bastante restrita no norte e oeste da América do Sul, na bacia amazônica. Só foram coletados em três localidades, no Amazonas (Brasil), Equador e Peru. São caranguejos totalmente
aquáticos, de hábitos noturnos.
Etimologia: Goyazana diz respeito ao estado brasileiro Goiás, onde foi coletado o espécime-tipo do Goyazana castelnaui, que deu nome ao gênero. E rotundicauda significa
cauda redonda, uma alusão ao aspecto arredondado do abdômen dos machos, com bordas convexas.
Origem
O
caranguejo Goyazana rotundicauda é uma espécie obscura, encontrada na bacia amazônica, no
norte e noroeste da América do Sul, com ocorrência registrada no Equador, Peru e Brasil. No nosso país, o único registro oficial é no estado do Amazonas, mas deve ter uma distribuição mais ampla (o registro das fotos deste artigo são exemplares coletados no Acre).
É encontrado na bacia do Rio Amazonas, em igarapés, rios
e lagos, em geral associada a galhadas e serrapilheira submersa, ou em buracos
de troncos submersos.
Distribuição geográfica de Goyazana rotundicauda. Imagem
original Google Maps; dados de Magalhães C. In: Melo GAS. 2003.
Aparência
Cefalotórax de altura média, arredondado e bastante convexo. Olhos pequenos,
antenas curtas. Grandes quelípodos, assimétricos nos machos. Pernas dispostas
lateralmente. Pequeno porte, carapaça mede até 2,7 cm de largura.
Existem duas famílias de caranguejos de água doce no Brasil:
Trichodactylidae e Pseudothelphusidae. Os primeiros podem ser
identificados por dois detalhes: dáctilos com pêlos (ao invés de espinhos, daí
seu nome), e segundo maxilópode.
Goyazana pode ser
identificado pela ausência de fusão dos somitos abdominais, número de dentes da margem da carapaça (6 a 8, o que os diferencia dos Trichodactylus) e detalhes do gonópodo. Há somente duas espécies do gênero no Brasil, com o G. castelnaui, a distinção pode ser feita pela forma do abdômen e detalhes do gonópodo. Possui carapaça acentuadamente convexa, margem frontal bilobada e lisa, inclinada para baixo. Margem ântero-lateral da carapaça com 6 dentes curtos e acuminados. Abdomen do macho largo, com bordos laterais convexos.
Têm coloração em tons de marrom, com padronagens de manchas escuras visando camuflagem.
Goyazana rotundicauda, fotografado no Acre. Imagens gentilmente cedidas por Willy de Paula e Silva.
Parâmetros de Água
Habita locais com temperaturas mais altas, águas moles e
ácidas.
Dimorfismo Sexual
Como todo caranguejo, pode ser feita facilmente através da
análise do abdômen, o macho possui abdômen estreito, e a fêmea, abdômen largo,
onde fixa seus ovos. Machos adultos também possuem garras maiores e mais
robustas, uma delas mais desenvolvida (heteroquelia).
Goyazana rotundicauda, fotografado no Acre. Imagens gentilmente cedidas por Willy de Paula e Silva.
Reprodução
Todo seu ciclo de vida se dá em água doce. Acredita-se que
tenham um padrão semelhante a outros tricadactilídeos próximos, produzindo
poucos ovos de grandes dimensões, e apresentando desenvolvimento
pós-embrionário direto, onde as fases larvais completam-se ainda dentro do ovo.
Assim, na eclosão são liberados indivíduos já com características semelhantes ao
adulto.
Goyazana rotundicauda, fotografado no Acre. Imagens gentilmente cedidas por Willy de Paula e Silva.
Comportamento
Não há dados, sabe-se que são animais totalmente aquáticos, não
necessitando vir à superfície para respirar. Como os demais crustáceos,
tornam-se vulneráveis após a ecdise, e podem ser predados por outros animais.
Por este motivo, possivelmente nesta época permanecem entocados, até a
solidificação completa da carapaça.
Alimentação
Não há dados, mas acredita-se que sejam onívoros, como as demais
espécies próximas, pouco exigentes em termos de alimentação.
Bibliografia:
- Magalhães C. Famílias Pseudothelphusidae e
Trichodactylidae. In: Melo GAS. Manual de Identificação dos Crustacea
Decapoda de água doce do Brasil. São Paulo: Editora Loyola, 2003.
- Magalhães C, Türkay M. Taxonomy of the Neotropical freshwater crab
family Trichodactylidae. I. The generic system with description of
some new genera (Crustacea: Decapoda: Brachyura). Senckenbergiana Biologica, 75 (1/2): 63–95.
- Magalhães C, Türkay M. Taxonomy of the Neotropical freshwater crab
family Trichodactylidae. III. The genera Fredilocarcinus and Goyazana
(Crustacea: Decapoda: Brachyura). Senckenbergiana Biologica, 75(1/2): 131-142, 1996.
Agradecimentos
ao colega aquarista Willy de Paula e Silva por permitir usar suas fotos no artigo. |