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Mosquitos Culicini  
Artigo publicado em 12/05/2013, última edição em 08/08/2022  

Culex (Microculex) cf. intermedius, coletados em fitotelma de uma bromélia em Ubatuba, SP. Há alguns sabetinos misturados também. Foto de Walther Ishikawa.


Este artigo é um dos três que complementam o artigo principal sobre larvas de mosquitos, que pode ser acessado  aqui . As referências bibliográficas estão todas reunidas neste primeiro texto.




Mosquitos Culicini


Trataremos neste artigo dos mosquitos culicídeos (família Culicidae) da subfamília Culicinae, tribo Culicini. De longe, os mais numerosos e importantes deste grupo são os pernilongos comuns do gênero Culex. Há mais dois gêneros na subfamília, Deinocerites, associado a tocas de caranguejos semi-terrestres, e Lutzia, grandes mosquitos que eram anteriormente classificados como um subgênero de Culex.




 

Culex

 

O Culex (Culex) quinquefasciatus Say 1823 é um dos mosquitos mais freqüentes em áreas habitadas pelo homem com saneamento precário. Esta espécie é adaptada ao desenvolvimento de imaturos em água estagnada com forte carga orgânica. Possui vários nomes populares, como pernilongo, muriçoca, carapanã, sovela e zancudo.

Existem diversas outras espécies de Culex no território brasileiro, adultos muito parecidos com o C. quinquefasciatus, de identificação bastante difícil para o não-especialista. O gênero inclui alguns dos mosquitos mais versáteis, como o C. nigripalpus, com capacidade de se reproduzir em virtualmente qualquer ambiente aquático, desde marismas com água salobra, buracos de árvores, água depositada em folhas, recipientes artificiais, e áreas recentemente inundadas.



Doenças humanas: C. quinquefasciatus é o vetor primário e principal da filariose linfática conhecida como elefantíase (filariose bancroftiana) no Brasil. Sua predileção pelo sangue do homem (único hospedeiro da Wuchereria bancrofti) e a sua preferência por sugar durante a noite (período de aumento da microfilaremia periférica) facilitam muito o contato das microfilárias com este culicídeo, tornando-o mais eficaz que os outros mosquitos susceptíveis. Também tem sido incriminado como vetor de arbovírus dentro de vilas rurais e cidades, como o vírus Oropouche, onde atua como vetor secundário. É a única espécie do gênero Culex com importância como vetor de doenças humanas.


 

Ovos: Geralmente depositam seus ovos em conjuntos, com aspecto de "jangada", que flutuam na superfície da água. Sensíveis à dessecação, estes ovos murcham fora d'água.

Larvas: Têm o aspecto habitual das larvas da subfamília Culicinae, adquirindo uma posição oblíqua em relação à superfície da água. A cabeça é maior e mais larga do que outros mosquitos. Possui um sifão longo e fino (4 ou 5 vezes o valor da largura basal no C. quinquefasciatus).

Adultos: São mosquitos de porte médio, cor de palha (coloração geral marrom escuro ou claro), sem brilho metálico, tarsos escuros, sem marcação clara. Suas asas não possuem manchas.

Habitat: O Culex quinquefasciatus é considerado cosmopolita, foi originalmente descrito de espécimes de New Orleans, EUA. Tipicamente urbano e antropofílico, é encontrado em maior quantidade nos aglomerados humanos, dentro das cidades e vilas rurais.

Seus criadouros preferenciais são os depósitos artificiais, com água rica em matéria orgânica em decomposição e detritos, de aspecto sujo e mal cheiroso. Estão sempre próximos às habitações, pois esse Culex é extremamente beneficiado pelas alterações antrópicas no ambiente peridomiciliar. Porém, outras espécies são essencialmente silvestres.

Comportamento: Na fase adulta, as fêmeas hematófagas têm hábitos noturnos, tendem a frequentar os domicílios nos quais encontram abrigo e alimentação. Perturbam bastante o sono das pessoas, principalmente pela sua habitual atividade noturna, mas não costumam ser tão agressivos como os Aedini. São muito atraídos pela luz artificial.

 



Mosquito
Culex sp. Foto de Sonia Furtado.




 
















Ovos, larvas, pupa e fêmea adulta de
Culex (Culex) quinquefasciatus, ovos coletados em um pequeno córrego na Praça da Nascente, São Paulo, SP, larvas em uma poça d´água em depressão rochosa no litoral de Ilhabela, SP (em água salobra). Os adultos se desenvolveram destas larvas. Fotos de Walther Ishikawa.




Ovos, larvas e pupas de Culex (Culex) bidens, coletados em Vinhedo, SP. A última imagem mostra as pupas em dois estágios, note a tromba fina e longa. Fotos de Walther Ishikawa.




Culex sp., pelo menos duas espécies, fotografadas em Marília, SP. Note a diferença, por exemplo, nos sifões. Foto de Walther Ishikawa.




Culex (Culex) do complexo coronator, (coronator ou usquatus), grupo de espécies com sifão bastante longo. Algumas imagens mostram a coroa subapical de espinhos no sifão, característico deste complexo. Fotografados em Itatiba, SP. Fotos de Walther Ishikawa.







Balsa de ovos de Culex
sp., coletada em Vinhedo, SP. Fotos de Walther Ishikawa.





Larva de Culex (Culex) cf. nigripalpus, esta espécie tem o 4o segmento abdominal claro, especialmente nas primeiras fases de larva. Fotos de Walther Ishikawa.







Culex (Culex) cf. acharistus, larvas coletadas em uma poça d´água no solo, em um parque abandonado em Ubatuba, SP. Na última foto, um casal de adultos, metamorfoseados a partir destas pupas. Fotos de Walther Ishikawa.








Culex (Culex) cf. chidestri, coletadas em uma poça d´água em depressão rochosa, no Parque Cantareira, Núcleo Engordador, São Paulo, SP. Fotos de Walther Ishikawa.




Culex (Carrolia) sp., fotografado em Belém, PA. Este subgênero é o único Culex com brilhos metálicos. Foto cortesia de César Favacho.




Para a segunda parte do artigo, clique  aqui
 
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