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Colêmbolos  
Artigo publicado em 11/02/2012, última edição em 15/10/2023  



Minúsculos Colêmbolos da ordem Poduromorpha, fotografados na superfície de um pequeno acúmulo de água em uma rocha às margens da Lagoa dos Barros, Osório, RS. Fotos de Walther Ishikawa.




Colêmbolos, Rabos-de-mola


 

          São animais bastante próximos dos insetos, também têm seis patas, mas atualmente considerados um grupo à parte. São vistos em qualquer local do planeta que tenha um mínimo de umidade, existem cerca de 6000 espécies descritas no mundo. Em alguns locais são conhecidos como "Pulgas de jardim". 
          Comumente habitam a superfície de lagos, em numerosas colônias. Não são verdadeiramente aquáticos, exceto algumas poucas espécies. Têm corpo hidrófobo, não afundando na água.
          Medindo até 3 mm, são diminutos artrópodes de 6 pernas, formato variável, alguns alongados, outros globulares. Um par de antenas. Possuem peças bucais internalizadas, ao contrário dos insetos. Cor bastante variada, alguns com cores vivas, como rosa ou lilás. Muitos possuem um longo apêndice na extremidade do abdomen (chamado fúrcula), que mantém dobrados sob pressão na região ventral do corpo. Quando liberados, estas estruturas permitem grandes saltos, daí seu nome popular em inglês, "springtail". Podem saltar até 30 cm, numa velocidade inicial de 1,4 metros por segundo. Outra interessante estrutura que estes artrópodes possuem é o tubo ventral ou colóforo, um tubo retrátil flexível que sai do primeiro segmento abdominal, com múltiplas funções, desde absorção de água até para se umedecer, passando secreções pela cabeça e corpo.  

          Se alimentam de detritos e micro-organismos, sendo uma peça fundamental na decomposição de matéria orgânica. Respiram ar, mas ao contrário dos insetos, a maioria não possui respiração traqueal, recebendo oxigênio através da sua cutícula porosa.
          Como curiosidade, em números brutos, os Colêmbolos formam o grupo animal macroscópico mais numeroso do planeta, sendo estimado em 100.000 indivíduos por metro cúbico de solo e ambientes relacionados (camadas de musgo, árvores caídas, formigueiros e cupinzeiros), em qualquer ambiente do planeta que tenha umidade. Podem ser encontrados até em lagos semi-congelados no Ártico e Antártida. Uma espécie antártica se reproduz uma vez a cada 4 anos. Um episódio interessante ocorreu na Áustria em 1996: bombeiros foram acionados para controlar o que parecia ser um vazamento químico em uma estrada, para descobrirem na realidade que a mancha era formada por milhões de colêmbolos.  


            Eventualmente, Colêmbolos podem aparecer nos nossos aquários, especialmente naqueles com plantas de superfície e pouca movimentação de água. Totalmente inofensivos, são frequentemente confundidos com ácaros. Alguns peixes de superfície podem se alimentar destes artrópodes, como Bettas e Borboletas.





Colêmbolos da ordem Poduromorpha, possivelmente Hypogastruridae ou Neanuridae. Fotografados sobre Salvínias, em um aquaterrário, foto de Walther Ishikawa.


Um grupo de Ceratophysella bengtssoni na superfície de um lago britânico. Este gênero também ocorre no Brasil. Foto de Brian Valentine.






Colêmbolos Dicyrtomina na superfície aquática. Na terceira foto é bem visível o aspecto dos seus olhos compostos. Este gênero não ocorre no Brasil, mas aqui existem espécies muito parecidas, como as Calvatomina. Fotos de Brian Valentine.



Colêmbolos Hypogastrura em um jardim na Inglaterra. Este gênero cosmopolita também ocorre no Brasil. Algumas espécies têm enzimas que impedem sua hemolinfa de congelar, permitindo viver em meio ao gelo e neve, sendo chamadas de “snow lice”. Foto de Brian Valentine.



Colônia de colêmbolos na superfície de um lago, da ordem Poduromorpha, medem individualmente menos que 1 mm. No centro do agrupamento, pode ser visto uma outra espécie, da família Dicyrtomidae. Fotos de Walther Ishikawa.



Um Lepidocyrtus fotografado em um jardim britânico. Este gênero semi-aquático também ocorre no Brasil. Foto de Brian Valentine.







Colônia de Colêmbolos da ordem Poduromorpha, provável
família Onychiuridae (subfamília Onychiurinae), fotografados na superfície de uma poça d´água às margens de um lago em Vinhedo, SP. Fotos de Walther Ishikawa.







Anurida maritima
encontrada na superfície de uma poça de maré em Vila Velha, ES. Cosmopolita, e a mais comum das espécies marinhas. Foto e vídeo de Flávio Mendes.






Sminthurides aquaticus em um terreno alagado na Inglaterra. Este gênero cosmopolita também ocorre no Brasil. Fotos de Brian Valentine.





Muitas vezes, pequenas populações de Colêmbolos se estabelecem em aquários plantados, próximo à superfície da água. Na primeira imagem, uma foto do vidro do aquário junto à superfície, mostrando pequenos Colêmbolos de espécie desconhecida, da família Dicyrtomidae. Nas duas seguintes, uma colônia em um paludário (Isotomidae?). Fotos de Walther Ishikawa.





Colêmbolos na superfície do aquário. Vídeo gentilmente cedido por Storm Vos-Browning.






Agrupamento de Colêmbolos, provavelmente da família Isotomidae, fotografados na superfície de um lago ornamental com Ninféias, no Jardim Botânico Platarum, Nova Odessa, SP. Ostracóides Chlamidotheca também são visíveis. Foto de Walther Ishikawa.





Agradecimentos a Brian Valentine (Reino Unido) e Flávio Mendes pela cessão de fotos para o artigo, e a Storm Vos-Browning (Canadá) pela cessão do vídeo. Agradecemos também ao Dr. Frans Janssens (Bélgica), pela identificação dos espécimes brasileiros.



As fotografias de Walther Ishikawa estão licenciadas sob uma  Licença Creative Commons . As demais fotos têm seu "copyright" pertencendo aos respectivos autores.
 
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