INÍCIO ARTIGOS ESPÉCIES GALERIA SOBRE EQUIPE PARCEIROS CONTATO
 
 
    Espécies
 
"Bloodworm" 4  
Artigo publicado em 07/12/2017, última edição em 27/07/2023  
Para retornar à página anterior do artigo, clique  aqui


Simbiose e outras associações com diferentes espécies

 

Em literatura científica, existem muitas associações descritas de Quironomídeos com outras espécies aquáticas, desde insetos, moluscos a esponjas e peixes. A mais comum é com insetos aquáticos de maior porte, como ninfas de Efêmeras, Libélulas, Plecópteros e Hellgrammites, onde o Quironomídeo constrói sua toca aderida ao corpo do inseto maior. Desta forma, são mais incomuns em animais com hábitos de limpar sua carapaça (como crustáceos) ou com superfície muito lisa (como Besouros). A maioria destas relações parece ser do tipo forética, a associação reduz o risco de predação, aumenta a mobilidade, protege de distúrbios ambientais, aumenta as oportunidades de alimentação e elimina desperdício metabólico. Porém, alguns artigos envolvendo Efêmeras indicam que a relação pode ser mais complexa, com casos descritos de Epoicocladius onde o díptero limpa o hospedeiro de protozoários (simbiose), e outros casos de Symbiocladius onde o díptero alimenta-se da sua hemolinfa (parasitismo). Algumas destas relações são obrigatórias, como nos gêneros EpoicocladiusNanocladiusSymbiocladius, e Tempisquitoneura, enquanto outras são facultativas.




   

 

Ninfa da libélula Rhionaeschna puctata com uma larva de Rheotanytarsus aderida na região ventral. Na segunda foto, ninfa de plecóptero Kempnyia colossica com duas larvas de duas morfoespécies de Nanocladius (Plecopteracoluthus). Fotos de Ana Lucia Henriques-Oliveira & Jorge Luiz Nessimian, para sua publicação de 2009, publicada com a permissão dos autores. 


 

Uma associação muito interessante é de Quironomideos com Esponjas de água doce. Três ordens de insetos já foram registradas associadas a esponjas: Neuroptera, Trichoptera e Diptera. Dentre os Quironomídeos, larvas de três gêneros já foram encontradas vivendo em esponjas no Brasil, com tipos diferentes de associação. Xenochironomus é um gênero de distribuição mundial, são provavelmente coletor-filtradoras, favorecidas pelo sistema interno de filtragem das esponjas. Oukuriella é um gênero com espécies minadoras (madeira) e outras que vivem em esponjas de água doce, esta associação ainda é controversa, e pode ser do tipo parasitismo, com o díptero se alimentando dos tecidos da esponja. Ablabesmyia é o terceiro gênero, seu conteúdo estomacal sugere que as larvas se alimentam de tecidos das esponjas ou outros animais que vivem associados a elas. As larvas destes Quironomídeos são bastante dependentes das esponjas, morrendo em poucos minutos se retiradas do hospedeiro. Todas as tentativas de criação destas espécies em cativeiro não foram bem sucedidas até o momento.





   


   



Esponja de água doce Radiospongilla inesi, fotografado no Ribeirão dos Mottas, Guaratinguetá, SP. Fotos de Cláudia Regina da Silva Leite.





   


   

   

   
Larvas de Quironomídeos que foram encontrados no interior da Esponja. Fotos de Cláudia Regina da Silva Leite.







   


   


   


   


   

Pupas e o mosquito adulto desta mesma espécie. Fotos de Cláudia Regina da Silva Leite.



 

Quironomídeos do gênero Sul-Americano Ichthyocladius mantêm relações obrigatórias com peixes-gato, principalmente Cascudos (Loricaridae), mas também algumas espécies das famílias Astroblepidae e Trichomycteridae. Suas larvas vivem fixas ao tegumento e escamas destes peixes, através das suas pró-patas anais, muitas vezes com várias larvas aderidas a um único peixe. Ao final da fase larval, forma um casulo gelatinoso aderido às nadadeiras, ou à região da placa odontóide opercular do hospedeiro, onde se transforma em pupa. Análises estomacais mostram uma dieta de algas diatomáceas, possivelmente se beneficiando de fragmentos de algas epifíticas desalojadas do biofilme do substrato pelo peixe. Provavelmente a própria movimentação do peixe é benéfica à larva, favorecendo sua oxigenação, dado que são mais numerosos nas suas nadadeiras.





Ichthyocladius aderido na região opercular de um bagre Trichomycterus. Foto de Ivan Sazima (INPA).




Cascudo Pereiorhina rudolphi com larvas de Ichthyocladius lilianae aderidas na nadadeira e pele. Foto de Ana Lucia Henriques-Oliveira & Jorge Luiz Nessimian, para sua publicação de 2009, publicada com a permissão dos autores. 





Bibliografia:

  • Wade S, Corbin T, McDowell LM. (2004). Critter Catalogue. A guide to the aquatic invertebrates of South Australian inland waters. Waterwatch South Australia.
  • Trivinho-Strixino S. Ordem Diptera. Família Chiromidae. Guia de identificação de larvas. In: Hamada N, Nessimian JL, Querino RB, editors. Insetos aquáticos na Amazônia brasileira: taxonomia, biologia e ecologia. Editora do INPA; Manaus: 2014.
  • Sodré VM, Rocha O, Messias MC. Chironomid larvae inhabiting bromeliad phytotelmata in a fragment of the Atlantic Rainforest in Rio de Janeiro State. Braz. J. Biol. 2010 Aug; 70(3): 587-592.
  • Boothroyd I. Eumadicole midges – film stars of the freshwater world. Water & Atmosphere 13(1) 2005, 24-25.
  • Paterson CG, Cameron CJ. Seasonal dynamics and ecological strategies of the pitcher plant chironomid, Metriocnemus knabi Coq. (Diptera: Chironomidae), in southeast New Brunswick. Canadian Journal of Zoology, 1982, 60 (12), 3075-3083.
  • Okuda T, Watanabe M, Sychev V, Novikova N, Gusev O, Saigusa M. (Jul 2006). Polypedilum vanderplanki: an anhydrobiotic insect as a potential tool for space biology. 36th COSPAR Scientific Assembly in Beijing.
  • Hinton HE (1960). A fly larva that tolerates dehydration and temperatures of -270°C to +102°C. Nature 188 (4747): 336–337.
  • Lods-Crozet B, Lencioni V, Ólafsson JS, Snook DL, Velle G, Brittain JE, Castella E, Rossaro B. Chironomid (Diptera: Chironomidae) communities in six European glacier-fed streams. Freshwater Biology (2001) Volume 46, Issue 12, 1791–1809.
  • Winterbourn MJ. The distribution of algae and insects in hot springs thermal gradients at Waimangu, New Zealand. N. Z. Jl. mar. Freshwat. Res. 1969 3: 459–65.
  • Kozhov MM. 1963. Lake Baikal and its life. W. Junk, The Hague.
  • Linevich AA. 1971. The Chironomidae of Lake Baikal. Limnologica (Berlin) 8: 51-52.
  • Gusev O, Sakashita T, Sychev V, Novikova N, Sugimoto M, Malyutina L, Kikawada T, Okuda T. The sleeping chironomid: an insect survived 18 months of exposure to outer space. 38th COSPAR Scientific Assembly. Held 18-15 July 2010, in Bremen, Germany, p.9.
  • Cornette R, Kanamori Y, Watanabe M, Nakahara Y, Gusev O, Mitsumasu K, Kadono-Okuda K, Shimomura M, Mita K, Kikawada T, Okuda T. Identification of Anhydrobiosis-related Genes from an Expressed Sequence Tag Database in the Cryptobiotic Midge Polypedilum vanderplanki (Diptera; Chironomidae). November 12, 2010 The Journal of Biological Chemistry, 285, 35889-35899.
  • Convey P. Aspects of the biology of the midge, Eretmoptera murphyi Schaeffer (Diptera: Chironomidae), introduced to Signy Island, maritime Antarctic. Polar Biology November 1992, Volume 12, Issue 6-7, pp 653-657.
  • Hughes KA, Worland MR. Spatial distribution, habitat preference and colonization status of two alien terrestrial invertebrate species in Antarctica. Antarctic Science 2010, 22(3), 221–231.
  • Kelley JL, Peyton JL, Fiston-Lavier AS, Teets NM, Yee MC, Johnston JS, Bustamante CD, Lee RE, Denlinger DL. Compact genome of the Antarctic midge is likely an adaptation to an extreme environment. Nature Communications. Volume: 5, Article number: 4611.
  • Elnitsky MA, Benoit JB, Lopez-Martinez G, Denlinger DL, Lee Jr RE. Osmoregulation and salinity tolerance in the Antarctic midge, Belgica antarctica: seawater exposure confers enhanced tolerance to freezing and dehydration. September 1, 2009 J Exp Biol 212, 2864-2871.
  • Green AJ, Sánchez MI. Passive internal dispersal of insect larvae by migratory birds. Biol Lett. 2006 Mar 22; 2(1): 55–57.
  • Cheng L, Collins JD. Observations on behavior, emergence and reproduction of the marine midges Pontomyia (Diptera: Chironomidae). Marine Biology October (II) 1980, Volume 58, Issue 1, pp 1-5.
  • Soong K, Chen GF, Cao JR. Life History Studies of the Flightless Marine Midges Pontomyia spp. (Diptera: Chironomidae). Zoological Studies (1999). 38(4): 466-473.
  • Lencioni V. Survival strategies of freshwater insects in cold environments. J. Limnol., 2004, 63(Suppl. 1): 45-55.
  • Ballesteros SC, Barrio M, Baeza ML, Sotés MR. Allergy to chironomid larvae (red migde larvae) in non professional handlers of fish food. J Investig Allergol Clin Immunol 2006; Vol. 16(1): 63-68.
  • Roque FO, Trivinho-Strixino S, Jancso M, Fragoso EN. Records of chironomidae larvae living on other aquatic animals in Brazil. Biota Neotrop. 2004; 4(2): 1-9.
  • Henriques-Oliveira AL, Nessimian JL. Phoresy and commensalism of Chironomidae larvae (Insecta: Diptera) in the state of Rio de Janeiro, Brazil. Lundiana 2009, 10(1):11-18.
  • Fusari LM, Roque FO, Hamada N. Sponge-dwelling chironomids in the upper Paraná river (Brazil): little known but potentially threatened species. Neotrop. entomol. 2008 Oct; 37(5): 522-527.
  • Fusari LM. Sistemática de Chironomidae (Insecta: Diptera) associados a esponjas de água doce. Dissertação (Doutorado em Ciências Biológicas, área de concentração em Entomologia), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, AM. 2010.
  • Mendes HF, Andersen T, Sæther OA. New species of Ichthyocladius Fittkau, a member of the Corynoneura-group (Diptera: Chironomidae: Orthocladiinae) with a review of the genus. Stud. Neotrop. Fauna Environ. 2004, 39: 15-35.
  • Sydow VG, Vilella FS, Hartz SM, Rodrigues GG. Ichthyocladius (Diptera, Chironomidae) on loricariid fishes in Atlantic Forest streams: influence of host size and corporal region on larval attachment. Acta Limnol. Bras 2008, 20:333–337.
  • Armitage PD, Cranston PS, Pinder LCV. (1995). The Chironomidae: biology and ecology of non-biting midges. London: Chapman & Hall.
  • Grzybkowska M. (2011) Adaptacje owadów (chironomidae) do anoksji i hypoksji. Kosmos 60(1-2): 53-60.
  • Epler JH. 2010. Phytotelmatocladius, a new genus from bromeliads in Florida and Brazil (Diptera: Chironomidae: Orthocladiinae), pp. 285-293 In L. C. Ferrington Jr. [ed.] Proc. XV Intl.Symp. Chironomidae. Chironomidae Research Group, Univ. Minnesota, St. Paul, MN. 385 pp.
  • Siri A, Donato M. 2014. Monopelopia caraguata (Chironomidae: Tanypodinae: Pentaneurini) and Phytotelmatocladius delarosai (Chironomidae: Orthocladiinae): Two Phytotelmatous Chironomids Distributed from Florida to Argentina. Florida Entomologist 97: 1226-1231.
  • Bellodi CF, Fusari LM, Roque Fde O. New species and records of Oukuriella Epler, 1986 from the Neotropical region (Diptera: Chironomidae). Zootaxa. 2016 Feb 9;4078(1):187-96.
  • Smith KGV. (1993) Insects of minor medical importance. In: Lane R.P., Crosskey R.W. (eds) Medical Insects and Arachnids. Springer, Dordrecht.
  • Pinho LC, Dantas GPS, Hamada N. Some notes on taxonomy and distribution of Neotropical Aedokritus Roback and Axarus Roback (Diptera: Chironomidae: Chironominae). Zootaxa. 2019 Sep 12;4668(4):zootaxa.4668.4.6.
  • De Oliveira CS, Da Silva FL, Trivinho-Strixino S. Thalassomya gutae sp. n., a new marine chironomid (Diptera: Chironomidae: Telmatogetoninae) from the Brazilian coast. Zootaxa. 2013;3701:589-95.
  • Marigo TC, Lamas CJE, Fusari LM. A new marine intertidal chironomid from the Brazilian coast (Diptera: Chironomidae: Telmatogetoninae). Zootaxa. 2020 Apr 8;4763(1):zootaxa.4763.1.10.
  • Henriques-Oliveira AL, Silva RA, Nessimian JL. First recorded of Pontomyia Edwards, 1926 (Diptera: Chironomidae: Tanytarsini) in Brazil. Biota Neotropica. 2009, v. 9, n. 1, pp. 271-273.
  • Wirth WW. (1947) A review of the genus Telmatogeton Schiner, with descriptions of three new Hawaiian species (Diptera: Tendipedidae). Proceedings of the Hawaiian entomological Society, 13, 143–191.
  • Sotelo-Casas RC, Cupul-Magaña AL, Rodríguez-Troncoso AP. Primer registro del género Clunio (Diptera: Chironomidae) asociado a las comunidades coralinas de islas Marietas, México. Rev. Mex. Biodiv. 2014; 85(1): 14-23.
  • Messias MC, Serpa-Filho A. Novas espécies marinhas de Chironomidae (Diptera) da região neotropical. Sociedade Entomológica do Brasil. Anais 2012.
  • Shimabukuro EM. A diversidade de insetos madícolos em montanhas de mata atlântica: uma abordagem ecológica e taxonômica. 2017. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2017.
  • Pepinelli M, Shimabukuro EM, Siri A, Trivinho-Strixino S. (2019) Revisiting Brundin’s collection, part I – larval description of three species of the genus Podonomus (Diptera: Chironomidae: Podonominae) with identification key for known larvae, Journal of Natural History, 53:1-2, 57-71.
  • Pinho LC, Shimabukuro EM. Podonomus amarali n. sp., a new species of the albinervis group (Diptera: Chironomidae: Podonominae) from Atlantic Forest, southern Brazil. Zootaxa. 2018 Mar 29;4402(3):542-550.
  • da Silva FL, Pinho LC, Wiedenbrug S, Dantas GPS, Siri A, Andersen T, Trivinho-Strixino S. Chapter 16.2 – Family Chironomidae. In: Thorp and Covich's Freshwater Invertebrates (Fourth Edition), Volume 3: Keys to Neotropical Hexapoda, Editor(s): Neusa Hamada, James H. Thorp, D. Christopher Rogers. Academic Press, 2018, p. 661-700.
  • Trivinho-Strixino S, Strixino G. 1998. Goeldichironomus neopictus, a new species from the southeast of Brazil: description and bionomic information (Insecta, Diptera, Chironomidae). Spixiana 21: 271–278.
  • Shimabukuro EM, Trivinho-Strixino S (2018) Madicolous Chironomidae from the Brazilian Atlantic Forest: a checklist with notes on altitudinal distributions (Diptera, Insecta). ZooKeys 751: 41–73.
  • Trivinho-Strixino S, Pepinelli M, Siqueira T, Roque FD (2012) DNA barcoding of Podonomus (Chironomidae, Podonominae) enables stage association of a named species and reveals hidden diversity in Brazilian inselbergs. Annales De Limnologie-international Journal of Limnology, 48, 411-423.
  • Wiedenbrug S, Ospina-Torres R. (2005) A key to pupal exuviae of Neotropical Tanytarsini (Diptera: Chironomidae). Amazoniana, 18, 317–371.




Este extenso artigo só foi possível com a colaboração de diversos colegas, aos quais somos muito gratos. Agrademos inicialmente ao biólogo de Singapura Dr. Ivan Kwan, cuja página do seu blog serviu de inspiração e fonte de consulta, especialmente sobre as espécies vivendo em condições extremas. Veja a página original do blog  aqui  .

Agradecemos também ao zoólogo Dr. Marcos Teixeira de Freitas, o aquarista Alex Marques Gerola, os fotógrafos Lucas RimisOscar Neto, Geferson Coelho, Francierlem OliveiraBruce Bolin (Canadá) e Paul Bunyard (Inglaterra) pelo uso das fotos. Agradecimentos especiais também à empresa japonesa de imagem em microscopia Grendel (veja sua página  aqui ), por permitir o uso do seu vídeo do Polypedilum.

Diversos outros biólogos permitiram o uso das suas fotos de espécies mais incomuns, aos quais somos muito gratos: Dra. Neusa Hamada e Dr. Ivan Sazima (INPA - Ichthyocladius), Dr. Leonard C. Ferrington Jr. (Universidade de Minnesota - Diamesa), Dr. Richard E. Lee Jr. (Universidade de Miami - Belgica), Dra. Cláudia Regina da Silva Leite (espécie nativa espongícola), Dra. Ana Lucia Henriques-OliveiraDr. Jorge Luiz Nessimian (espécies foréticas de insetos e peixes) e Dr. David Bogdanski (espécies marinhas). Gratos também aos colegas fotógrafos do iNaturalist, Alenislon Rodrigues, Sidnei Dantas, Fernando Sessegolo, Claudio Martins de Souza, Patricio Javier Andino Guarderas (Equador), Tiago Lubiana,



As fotografias de Walther Ishikawa, Tasteofcrayons, Danwei Hwang, aquela extraída de Cornette R (2010) e de David Bogdanski, Alenislon RodriguesSidnei Dantas, Fernando Sessegolo, Claudio Martins de SouzaPatricio Javier Andino Guarderas e Tiago Lubiana (iNaturalist) estão licenciadas sob uma  Licença Creative Commons . As demais fotos têm seu "copyright" pertencendo aos respectivos autores.
 
« Voltar  
 

Planeta Invertebrados Brasil - © 2024 Todos os direitos reservados

Desenvolvimento de sites: GV8 SITES & SISTEMAS