INÍCIO ARTIGOS ESPÉCIES GALERIA SOBRE EQUIPE PARCEIROS CONTATO
 
 
    Espécies
 
"Bloodworm" 2  
Artigo publicado em 31/05/2012, última edição em 27/07/2023  


Quironomídeo adulto (Chironominae), com bela coloração. Note a típica postura com o primeiro par de pernas elevado. Foto de Marcos Teixeira de Freitas.


Bloodworms - Mosquitos Quironomídeos


Segunda parte do artigo abordando os Dípteros Quironomídeos. A primeira parte pode ser vista  aqui .






Classificação e subfamílias

 

 

Chironomidae é a maior e mais frequente família de insetos aquáticos, composta por cerca de 355 gêneros, e próximo de 20.000 espécies. No Brasil são registradas aproximadamente 660 espécies, em cinco subfamílias: 




Subfamília Chironominae


Maior subfamília, e também a mais comum. Total de 402 espécies no Brasil, distribuídas em três tribos e 35 gêneros.

Muitas larvas vermelhas, pela presença de hemoglobina (podem ser esbranquiçadas ou esverdeadas também). Quase todas constroem tocas fixas. Dois pares de olhos, um acima do outro. Um par de longos procercos posteriores dotados de numerosas setas. Além dos dois pares de túbulos anais, comumente em forma de “salsicha”, podem apresentar túbulos abdominais adicionais.

Pupas da tribo Chironomini desta subfamília possuem cornos torácicos ramificados e plumosos, que lembram tufos de pelos brancos, usados em trocas gasosas. Assim como as larvas, as pupas também não necessitam ir à superfície para obter ar, permanecendo no fundo. Só se dirigem à superfície no momento da eclosão do adulto. Pupas de Tanitarsini e Pseudochironomini possuem cornos variáveis, desde ausentes a cornos longos de aspecto cilíndrico.

Adultos de aspecto alongado, bem típicos, com o primeiro par de pernas longas, quase sempre com tarsômeros alongados (primeiro tarsômero mais longo ou subigual à tíbia). Venação alar sem a veia cruzada bm-cu. Veia R2+3 geralmente presente. Gonóstilo geralmente fundido ao gonocoxito.














Larvas e pupas de quironomídeos da subfamília Chironominae, note a intensa coloração. Coletados em Vinhedo, SP. Fotos de Walther Ishikawa.






Larva de quironomídeo Chironominae minadora de plantas aquáticas, fotografada em Foz do Iguaçu, PR. Foi coletada acidentalmente junto a ovos de Asolene. A primeira imagem mostra também um diminuto ostracóide. Na primeira foto também podem ser vistos seus dois pares de olhos, em posição superior/inferior. Fotos de Walther Ishikawa.



Larva de Chironominae, Stenochironomus ou Xestochironomus. São minadoras de madeira e folhas submersas e de macrófitas aquáticas. Fotografado no Parque Juquery, Franco da Rocha, SP. Foto de Walther Ishikawa.






Larvas de quironomídeos Chironominae minadoras de troncos submersos, talvez Stenochironomus, encontradas em um tronco de pinheiro submerso na Cachoeira do Jamil, São Paulo, SP. Fotos de Alex Marques Gerola.





Pupa de Chironominae, note os cornos torácicos com aspecto de tufos. Fotos de Walther Ishikawa.





Chironominae adulto, talvez um Axarusfotografado em Fortaleza, CE. Imagem gentilmente cedida por Oscar Neto.









Goeldichironomus, dois machos e uma fêmea, fotografados em Vinhedo, SP. Espécies do grupo pictus possuem manchas escuras no tórax mimetizando aranhas Salticidae. A última foto mostra também a proporção dos segmentos da primeira perna. Fotos de Walther Ishikawa.




Venação alar de Chironominae, foto cortesia de Alenilson Rodrigues.






Chironominae adulto (Parachironomus?) fotografado em Campos do Jordão, SP. Foto de Walther Ishikawa.





Chironominae adulto Aedokritus fotografado em Tamoios, RJ. Fotos de Lucas Rimis.





Chironominae (talvez Oukuriella sp.) fotografados em São Pedro do Suaçuí, MG (foto de Geferson Coelho) e Alta Floresta, Novo Mundo, MT (foto de Sidnei Dantas).












Pupa e adulto de 
Chironominaefotografado em Vinhedo, SP. Na primeira foto, duas pupas de Anopheles, para comparação. As últimas fotos mostram o macho que emergiu desta pupa. Fotos de Walther Ishikawa.






Subfamília Orthocladiinae


Grande subfamília com 139 espécies brasileiras em 43 gêneros. Grupo bastante variado, com espécies foréticas, marinhas e semi-terrestres. 

Larvas de cor variável, nunca vermelhos (espécies brasileiras). Modo de vida muito variável, vida livre, ou em tocas fixas. Olhos variáveis, únicos (pode ter forma de vírgula), ou dois pares de olhos, um do lado do outro. Geralmente com um par de longos procercos posteriores dotados de numerosas setas, túbulos anais em geral presentes.

Pupas com cornos respiratórios ausentes ou pouco desenvolvidos.

Adultos parecidos com Chironominae, podem ter o primeiro par de pernas alongadas, porém, com tarsômeros curtos. Venação alar também é semelhante, sem a veia cruzada bm-cu, veia R2+3 geralmente presente. Gonóstilo articulado ao gonocoxito.




 

Ninfa de plecóptero Kempnyia colossica com duas larvas de duas morfoespécies de Nanocladius (Plecopteracoluthus). Fotos de Ana Lucia Henriques-Oliveira & Jorge Luiz Nessimian, para sua publicação de 2009, publicada com a permissão dos autores. 




Cascudo Pereiorhina rudolphi com larvas de Ichthyocladius lilianae aderidas na nadadeira e pele. Foto de Ana Lucia Henriques-Oliveira & Jorge Luiz Nessimian, para sua publicação de 2009, publicada com a permissão dos autores. 






Larvas, pupa e adulto de Orthocladiinae coletados em ambiente madículo, em Vila Velha, ES. Fotos cortesia de Flávio Mendes. 




Diminuta Orthocladiinae fotografada em São Paulo, SP. Fotos de Walther Ishikawa. 



Cricotopus macho, fotografada em Cruz Alta, RS. Foto de Fernando Sessegolo. 



Cricotopus fêmea, fotografada em Areal, RJ. Foto de Claudio Martins de Souza. 





Subfamília Podonominae


Pequena subfamília com raros registros no Brasil, somente quatro espécies do gênero Podonomus, encontradas em locais frios e montanhosos do Sudeste e também Santa Catarina. Larvas tipicamente se desenvolvem em ambiente madículo.

Larvas escuras, nunca vermelhos. Olhos mais irregulares, ou com pequenos ocelos acessórios. Cabeça triangular, antenas curtas.

Adultos de aspecto bem incaracterístico, asas hialinas. Alongados, lembrando Chironominae. Venação alar bem característica, assim como Tanypodinae, possuem a veia cruzada bm-cu. Veia R2+3 ausente. 



Podonomus, fotografada no Vulcão Carihuairazo, em Ambato, Tungurahua, Equador. Foto de Patricio Javier Andino Guarderas. 




Podonomus, fotografada em ambiente madículo na Mata Atlântica da região Sudeste. As imagens abaixo mostram o habitat, com armadilhas para coleta. Fotos extraídas de Shimabukuro EM & Trivinho-Strixino S, ZooKeys (2018), Licença Creative Commons. Referência completa ao fim do artigo. 





Subfamília Tanypodinae


Grande subfamília com 109 espécies brasileiras em 18 gêneros.

Larvas predadoras, não constroem tocas, espécimes grandes podem ser vermelhos. Muitas vezes com cabeças longas. Olhos únicos e em forma de rim. Únicos com lígula. Um par de longos procercos posteriores dotados de numerosas setas, dois pares de túbulos anais (às vezes 3 pares) que podem ser triangulares ou em forma de “salsicha”.

Pupas com cornos respiratórios bem desenvolvidos, de cor escura.

Adultos com evidente dimorfismo sexual, fêmeas mais atarracadas, machos alongados lembrando Chironominae, mas sem as primeiras pernas alongadas. Venação alar bem característica, juntamente como Podonominae, possuem a veia cruzada bm-cu. Veia R2+3 geralmente presente. 












Três larvas da subfamília Tanypodinae, coletadas em Vinhedo, SP (duas primeiras) e Santo Antonio do Pinhal, SP (terceira). Fotos de Walther Ishikawa.




Larvas da subfamília Tanypodinae, coletadas em fitotelma de bromélia, em Campos de Jordão, SP. Foto de Walther Ishikawa.




Minúsculo quironomídeo de vida livre, provável Tanypodinae, fotografado em Foz do Iguaçu, PR. Foi coletada acidentalmente junto a ovos de Asolene. Fotos de Walther Ishikawa.




Tanypodinae (Procladius?) fotografada no Parque Juquery, Franco da Rocha, SP. Fotos de Walther Ishikawa.







Quironomídeos da subfamília Tanypodinae, provável Coelotanypusfotografados em Vinhedo, SP. Note o exacerbado dimorfismo sexual. Fotos de Walther Ishikawa.




Quironomídeo fêmea da subfamília Tanypodinae, fotografado em Extremoz, RN. Foto de Francierlem Oliveira.






Dois Tanypodinae, fotografados em Gov. Lindenberg, Colatina, ES. Na fêmea da primeira foto, destacada a veia bm-cu, útil na identificação. Fotos de Tiago Lubiana.




Subfamília Telmatogetoninae


Representantes exclusivamente marinhos, somente dois gêneros no país, Telmatogeton Thalassomyia, total de cinco espécies.

Larvas nunca vermelhas. Olhos variáveis, antena curta. Somente pseudópodes e alguns cercos na extremidade posterior.

Adultos com venação alar sem a veia cruzada bm-cu. Veia R2+3 ausente. 







Telmatogetoninae, provável Telmatogeton sp., coletado em um banco de mexilhões, em São Sebastião, SP. Fotos cortesia de David Bogdanski.










Veja a terceira parte do artigo  aqui .

 
« Voltar  
 

Planeta Invertebrados Brasil - © 2024 Todos os direitos reservados

Desenvolvimento de sites: GV8 SITES & SISTEMAS