Acrorbis petricola Odhner, 1937
Importante!! O Acrorbis petricola é uma espécie listada como “quase ameaçada” (NT) na relação das espécies em risco de extinção publicado pelo Ministério do Meio Ambiente e IBAMA (2014). Na Argentina, a espécie é listada como "vulnerável" (VU). Desta forma, embora a rigor permitidas por lei, sugerimos fortemente que se evite a sua coleta e manutenção em cativeiro.
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Acrorbis petricola é um diminuto caramujo planorbídeo encontrado tipicamente em ambientes de corredeiras e cachoeiras límpidas no Alto-Paraná, próximo à divisa Brasil / Argentina / Paraguai. Atualmente é a espécie monotípica deste gênero, os espécimes argentinos eram considerados inicialmente uma outra espécie (Acrorbis odhneri), posteriormente sinonimizada. No passado, também já foi considerada uma espécie atípica de Drepanotrema, e foi considerado representante de uma família própria, Acrorbidae, ambas possibilidades descartadas.
Exemplares argentinos de Acrorbis petricola, coletadas em diferentes cachoeiras da região de Misiones, Argentina. Imagens extraídas de Vogler RE, et al. PLoS ONE, 2019 (Licença Creative Commons), veja referências ao final do artigo.
Concha: Muito pequena, medindo até 4,6 mm. Aspecto helicoide e pseudodextro, espira variável, geralmente elevada, ápice lateralizado. Os giros crescem rapidamente em diâmetro. Suturas profundas. Ampla abertura, oblíqua, lábios finos. Coloração de âmbar claro a marrom escuro, ápice mais escuro. Superfície com estrias oblíquas, alguns com aspecto reticulado.
Partes moles: pé curto, retangular anteriormente, e arredondado posteriormente, difusamente pigmentado. Cabeça cinza uniforme, exceto maior pigmentação entre os tentáculos. Manto sem pigmentação sobre o pulmão, bastante pigmentado no restante, com pequenas manchas irregulares de pigmentação enegrecida.
Exemplo de habitat ocupado por Acrorbis petricola, Salto Chávez, Misiones, Argentina. Imagem extraída de Vogler RE, et al. PLoS ONE, 2019 (Licença Creative Commons), veja referências ao final do artigo.
Reprodução: Não há dados sobre a reprodução, mas a anatomia do sistema reprodutor é similar às demais espécies de planorbídeos.
Alimentação e Comportamento: não há dados específicos, mas provavelmente alimenta-se de algas perilíticas nos substratos rochosos onde habita.
Habitat e Distribuição:
Acrorbis petricola é encontrada tipicamente em corredeiras e cachoeiras de correnteza rápida, águas frias e límpidas no Alto-Paraná, Mata Atlântica. Sua concha achatada é adaptada para viver nestes ambientes de alta energia. Possui um alto endemismo, com somente três populações conhecidas, duas na Argentina (regiões central e extremo norte de Misiones) e uma no Brasil (em Nova Teutônia, Seara, SC). Em relação à ocorrência em território brasileiro, a população do extremo norte argentino habita a região das cataratas do Iguaçu, talvez com extensão ao Brasil (PR) e Paraguai. Há registros históricos de coletas na fronteira Argentina-Paraguai nos anos 80. A outra população argentina tem sua distribuição austral se aproximando da divisa brasileira, talvez ocorrendo também aqui (RS).
Habita um micro-habitat bastante específico, na interface ar-água de superfícies rochosas cobertas por algas e musgos, especialmente em paredes de cachoeiras e rochas permanentemente molhadas por água borrifada. Vivem em ambientes altamente oxigenados. Não há dados sobre as condições físico-químicas.
Distribuição geográfica de Acrorbis petricola. Imagem original Google Maps; dados extraídos de Vogler RE, et al. 2019.
Bibliografia adicional:
- Simone LRL. 2006. Land and Freshwater Molluscs of Brazil. EGB, Fapesp. São Paulo, Brazil. 390 pp.
- Vogler RE, Rumi A, Guzmán LB, Beltramino AA, Serniotti EN, Ferrari W, Peso
JG. (2019) Hidden diversity in waterfall environments: The genus Acrorbis (Gastropoda:
Planorbidae) from the Upper-Paraná Atlantic Forest. PLoS ONE 14(7): e0220027.
- Ituarte CF. Acrorbis petricola Odhner, 1937 (Gastropoda: Pulmonata:
Planorbidae) at Iguazú, Misiones, Argentina, and the rediscovery of the type
series of Acrorbis odhneri Hylton-Scott, 1960. Nautilus. 1998; 112(4):103–108.
 As fotografias extraídas de Vogler RE, et al. PLoS ONE, 2019 estão licenciadas sob uma Licença Creative Commons . O artigo original pode ser acessado aqui . |
